SOLIDARIEDADE PERMANENTE

Grupo de voluntários constrói casas para famílias carentes. Já são 26 casas construídas e uma creche. E ainda distribui 150 cestas básicas por mês

Um grupo de voluntários que distribuía cestas básicas a famílias carentes no Centro Espírita André Luiz, no Guará I, teve que interromper as atividades em março de 2020 durante o auge da pandemia da Covid-19. Mas, por causa do risco de contaminação em aglomerações, as famílias assistidas não puderam mais ir buscar as doações. Preocupados com as dificuldades que elas iriam passar, os voluntários resolveram levar as cestas nas casas delas, quando passaram a conhecer a realidade de cada uma, em moradias precárias, insalubres, e algumas que nem teto tinham. Foi aí que o grupo resolveu construir e reformar casas para aquelas famílias mais carentes. Três anos depois, o grupo Trabalhadores do Cristo está entregando a 26ª casa construída, uma a cada um mês e meio. E ainda construiu as instalações de uma creche para 350 crianças na favela Santa Luzia, na Estrutural. Ah, e sem encerrar a distribuição das cestas básicas, atualmente entre 120 e 150 cestas distribuídas mensalmente.

Marcelo Teodorovicz e Alessandro Xavier pretendem ampliar o atendimento do projeto, com a ajuda de mais voluntários


O projeto, inédito no DF, quer fazer muito mais, mas precisa aumentar o quadro de voluntários – por enquanto, são cerca de 50, que se desdobram na busca de doações de recursos financeiros, material de construção, produtos para bazar e para as cestas básicas. Embora alguns dos membros ainda continuem lá, o grupo não está mais ligado ao Centro Espírita André Luiz e agora tem sede própria no Riacho Fundo I e se prepara para se transformar o projeto em um instituto, o Sonhar e Realizar, com o objetivo de facilitar o recebimento de doações de instituições públicas.
A 26ª casa está sendo construída no Setor de Chácaras da quadra Lúcio Costa, no Guará I, para uma família de idosos. De acordo com o presidente da instituição Trabalhadores do Cristo, Alessandro Xavier, morador do Guará I, a beneficênçia ao idoso e à criança são as prioridades do projeto. “O nosso objetivo é oferecer uma qualidade mínima de vida ao jovem, o futuro da nossa sociedade, e a quem não tem mais perspectiva de vida por muito tempo”, explica Alessandro. Para A seleção das famílias beneficiadas, são consideradas algumas prioridades, como a quantidade de filhos, doenças sem perspectivas de melhoras e catadores de recicláves.
Uma das casas contruídas foi doada a uma família de uma portadora de câncer, assistida pela Rede Feminina do Câncer de Brasília.
Para facilitar a construção das casas, de 42 metros quadrados de tamanho padrão, com dois quartos, banheiro e lavanderia, o Trabalhadores do Cristo contratou um casal de pedreiros em regime permanente, que passa a morar nas proximidades da obra até a casa ficar pronta. A parte elétrica é montada pelos próprios voluntários, com material todo doado por em empresário que se engajou ao grupo. “Aproveitamos todas as doações de material que pode ser aproveitado, como telhas, vasos, pias, portas, janelas, novos ou usados. E buscamos onde for”, completa Marcelo Theodorovicz, um dos diretores da instituição.

Acima, uma das 26 casas e abaixo a creche construída na Estrutural pelo movimento

Cursos de capacitação
Mas o Trabalhadores do Cristo não quer apenas oferecer o pão, mas também ensinar a fazê-lo, literalmente. Um grupo de catadoras de recicláveis evai ser treinado por um projeto de capacitação, onde vão aprender a produzir pães, pizza e outros produtos que possam ser vendidos nos comércios ou aos vizinhos próximos. Além da capacitação, essas mulheres vão ganhar os equipamentos para a produção.
Para manter a distribuição das cestas, a construção das casas, a realização dos cursos de capacitação, os voluntários precisam se virar. Além das doações em dinheiro, eles contam com alguns doadores fixos, como uma grande distribuidora de areia e brita localizada no SIA, um empresário do Guará que doa o material elétrico, mas isso não é suficiente. A cada dois meses o grupo organiza um evento para angariar fundos – o último, no mês passado, foi o Festival de Pizza, no castelinho da loja maçônica Cavalheiros do Templo, no Guará II, para 210 pessoas, e no dia 4 de maio será a vez da Noite Italiana, só de massas, e no segundo semestre uma pamonhada.
Além de ampliar o corpo de voluntários, o movimento está firmando parcerias com instiuições como Rede do Bem, mantida por servidores do Senado, e o Ministério Público do DF, entre outros.
Além de material de construção, de produtos alimentícios, o grupo recebe doação de eletrodomésticos, que são consertados por dois técnicos que doam seus serviços, e roupas e calçados que são vendidos no bazar permanente da sede da instituição, no Riacho Fundo I.
Mas o grupo quer fazer mais, desde que seja reforçado por novos voluntários. Quem quiser se integrar ao grupo, basta contatar Marcelo Theodorovicz, no 98633.6959 ou AlessandroXavier, no 984361570 (para recolhimento de móveis e eletrodomésticos).