Após a iminente morte do Clube de Regatas Guará, o “lobo da colina”, campeão brasiliense de 1996, a cidade passa a ser representada por dois times na primeira divisão do futebol brasiliense de 2019. Além do Real Futebol Clube (antigo Dom Pedro), o Capital Futebol Clube entra na elite após sagrar-se campeão da Série B no final de semana passado, ao empatar no tempo normal com o Taguatinga em 1 a 1 e vencer nos pênaltis por 5 a 4.
O clube empresa guaraense conquistou o título de forma invicta, com quatro vitórias e três empates. Com um time jovem – média de idade de pouco mais de 20 anos -, a começar pelo técnico Hugo Almeida, com apenas 24 anos de idade, o Capital foi a grande surpresa do campeonato por ter sido um dos que menos investiram, e acertou numa proposta arriscada.
A base do time campeão foi formada com 10 atletas do juniores, que haviam sido campeões brasilienses deste ano, mais 15 atletas do projeto social Elite Paranoá e outros três do futebol universitário. O toque de experiência foi acrescentado na reta final com a chegada de Jobson, aquele mesmo que jogou no Botafogo e depois foi condenado e preso por uso de drogas, e que voltou a se integrar ao Brasiliense depois de liberado pela Justiça.
Começa a preparação para primeirona
Garantida uma das duas vagas na primeira divisão – a outra é do Taguatinga – o Capital começa a se preparar para a disputa da elite já a partir de janeiro. Por causa da boa campanha, o time perdeu seus principais destaques para outros clubes do DF – dois foram para o Brasiliense e três para o Gama. Mas esses desfalques iniciais não preocupam o presidente Ademiltom Pavão, que prefere continuar investindo na juventude, mas mesclando alguma experiência ao elenco.
“A primeira divisão exige mais planejamento e mais investimentos. Estamos buscando apoio financeiro para dar suporte melhor ao time que vai disputar a primeira divisão”, explica Pavão. Por enquanto, o Capital conta com o patrocínio da Rede Globo, que destina uma verba para todos os clubes que disputam a primeira divisão, e a parceria com a UnB, que cede campo para treinamento e instalações para condicionamento físico. O presidente também está providenciando a documentação exigida pelo BRB, que também patrocina os times da primeira divisão com a documentação regular – sem dívida ativa no GDF e na União e sem processos na Justiça Trabalhista.
E o estádio?
Depois de mandar seus jogos no estádio Bezerrão, no Gama, o Capital ainda não decidiu onde serão seus mandos de campo na Série A. De acordo com Pavão, as alternativas continuam sendo o Bezerrão, mas com possibilidade de ser também no estádio JK, no Paranoá, que teve seu gramado trocado e precisa apenas de pequenos reparos na arquibancada e nos vestiários.
“É um absurdo a cidade ter dois times na elite do futebol brasiliense e não dispor de um estádio para abrigá-los”, dispara o presidente Ademiltom Pavão, ao criticar a reforma inacabada do estádio do Cave. “Pior é que desmancharam o que tinha, que não era o ideal mas existia, e deixaram naquela situação”, completa.