Obras retomadas no Guará Park

Obra tem causado transtorno aos moradores, que querem alteração no projeto. Governo alega que não dá mais para alterar

Os moradores do condomínio Guará Park, antiga Colônia Agrícola Águas Claras, vem sofrendo há um ano com as obras da rede de águas pluviais e esgoto, necessárias para a conclusão do processo de regularização de todo o Setor Bernardo Sayão, que inclui ainda os condomínios Bernardo Sayão (abaixo do Polo de Modo) e Iapi. Como todo o asfalto foi retirado para a implantação da rede, os transtornos foram provocados pela lama no período chuvoso e agora pela poeira na seca. Mas, tudo pode ser resolvido até o segundo semestre, quando as obras, que estão sendo retomadas, deverão ser concluídas.
As obras haviam sido suspensas em função de alterações no projeto executivo e aditivo de prazo. “Todos sabem dos transtornos ocasionados pela realização de obras em uma cidade já habitada e em funcionamento. No entanto, somente com a conclusão dos serviços, será possível acabar com os problemas de poeira e alagamentos, assim como avançar na regularização do Setor”, pondera Izídio Santos, secretário de Obras do GDF.
Dividida em cinco lotes, as obras no Setor Habitacional, até o momento, tiveram serviços realizados em três lotes (2, 3 e 4), totalizando uma execução de cerca de 5%. Os lotes 1 e 5 aguardam decisão judicial e atualização de projeto, respectivamente, para terem os serviços iniciados.

O que está sendo feito
As obras de urbanização no Setor Habitacional Bernardo Sayão incluem a execução de 32 km de rede coletora de águas pluviais e 46 km de pavimentação asfáltica, calçadas e meios-fios, num investimento de R$ 56 milhões, com recursos da Caixa Econômica (95%), por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e com contrapartida do GDF (5%). O valor final foi 35% menor do que o inicialmente previsto na licitação.
Os serviços começaram em 2017 e a previsão é de que sejam concluídos em 2021. As obras de urbanização de todo o setor, que tem uma área de 354,74 hectares, irão beneficiar aproximadamente 40 mil pessoas e terão um impacto na economia do Distrito Federal, gerando cerca de 130 empregos diretos e outros 350 indiretos.
As obras de distribuição de água potável, captação de águas pluviais, esgoto e asfaltamento são requisitos para a regularização das antigas colônias agrícolas do Guará. Transformadas em condomínios e grandes lotes, a colônias Agrícolas Iapi, Bernardo Sayão e Águas Claras, todas margeando o córrego Vicente Pires, serão unificadas em um único setor com cerca de 1,9 mil residências.

Moradores propõem alterações no projeto
Mesmo sabendo que as benfeitorias vão melhorar a infraestrutura e valorizar o condomínio, moradores do Guará Park estão preocupados com as alterações no projeto, promovidos pela Terracap sem ouví-los. Segundo a prefeita comunitária Tânia Coelho, a duplicação da rua não atende aos moradores, apenas aos motoristas que cortam caminho por ali. “A rua duplicada inviabiliza as atividades diárias dos moradores, pois impede calçadas, ciclovias, arborização e estacionamentos. Este é um setor residencial e queremos que este aspecto seja mantido”.
“O grande problema dessa duplicação, que foi jogada goela abaixo, foi a não participação dos moradores. Eu só fiquei sabendo quando as máquinas estavam derrubando os pés de Ipê da rua. Essa interligação poderia muito bem ser feita entre o Guará é a linha férrea, pois a área ali é bem ampla, mas o governo, sabe-se lá porque, optou por criar essa obra nessa via que não tem espaço. Agora o morador que reside na parte de baixo não terá espaço para manobrar seu veículo. Quem gostava de caminhar com seu animal de estimação vai ter que disputar espaço com os carros. Muitos que tem interesse nessa obra não moram aqui, estão mais preocupados com a especulação do local do que cuidar deste belo lugar”, desabafa a moradora Cida Landim, em um grupo do setor nas redes sociais.
Mas a Terracap garante que as preocupações dos moradores não procedem. De acordo com o diretor técnico da empresa, Carlos Leal, as alterações mantem a pista nos dois sentidos, dividida por taxões e não mais por um canteiro central. “A única diferença que alargamos mais a pista e reduzimos as laterais, mas sem prejudicar a calçada de pedestres e o estacionamento”, explica.
Sobre o projeto encaminhado pelos moradores, Leal alega que não há mais tempo de alterar o projeto em execução, sob pena de ter que paralisar as obras e refazer a licitação, “o que é difícil técnica e juridicamente”, completa.