O órgão que cuida da maioria das obras de infraestrutura do Distrito Federal quer se aproximar mais das administrações regionais e oferecer mais apoio a elas. Esse foi o motivo da visita do presidente da Novacap, Cândido Teles de Araújo, acompanhado de alguns dos seus diretores, à administradora do Guará, Luciane Quintana. Na visita e em entrevista ao Jornal do Guará, o presidente da empresa garantiu que após as obras previstas para o parque Ezechias Heringer, a cidade vai ter o melhor parque do DF. E informou o início do processo para a implantação do hospital da região Centro-Sul no Guará.
Qual o objetivo da visita da diretoria da Novacap à administradora regional Luciane Quintana?
– Já temos um bom relacionamento com ela e queremos nos aproximar ainda mais. No ano passado, fizemos um diagnóstico da Novacap, para entendermos para que a empresa serve, onde e como deve atuar, com a intenção de torná-la mais eficiente, mas essa eficiência depende da parceria com os órgãos do governo, principalmente das administrações regionais. Por isso, criamos os polos de apoio às administrações regionais.
Em relação aos Polos de Apoio, enquanto oferecem suporte, eles não estariam esvaziando ainda mais as administrações regionais?
– O polos são apoios emergenciais com tempo de validade, até que as administrações regionais possam ser reestruturadas e tenham seus próprios equipamentos e pessoal suficiente para executar obras e manutenção. Depois disso, serão desativados.
Na entrevista que fizemos com o vice-governador Paco Britto ele informou que está pronto um projeto de revitalização das administrações regionais, aguardando apenas o governador Ibaneis Rocha dar o sinal verde. O que há de concreto?
– Todos nós do governo reconhecemos que as administrações precisam passar por um processo de revitalização, mas que demanda tempo e custo, porque elas foram muito sucateadas pelos últimos governos. Sei que o projeto está pronto, mas não tenho como adiantar detalhes. O que defendo é que as administrações tenham mais autonomia administrativa e financeira, e até política.
O sr. é a favor da eleição direta de administrador regional?
-Sim, como disse, seria o ideal que as administrações tivessem também autonomia administrativa, mas desde que se encontre um modelo que se enquadre nas características de Brasília, respeitando a nossa Lei Orgânica.
O governo já confirmou a construção do complexo hospitalar da região Centro-Sul no Guará, cuja obra é de responsabilidade da Novacap. Em que pé está o projeto?
-Encaminhei ontem (29 de janeiro) um ofício à Secretaria de Saúde solicitando a alocação de recursos para a contratação do projeto. Será o maior hospital do Distrito Federal.
Qual a previsão da conclusão do projeto e do hospital?
– O projeto vai consumir de 12 a 15 meses, por causa do detalhamento da obra. Depois, virá a licitação para a contratação da empreiteira. Em relação à conclusão da obra, o nosso planejamento é que seja feita em partes, bloco a bloco, para que o hospital comece a funcionar também em partes, até a conclusão. Assim que um bloco ficar pronto, inicia-se o outro e por aí vai.
Como está o projeto de revitalização do Parque Ezechias Heringer, o Parque do Guará?
– O projeto está pronto, aguardando apenas as emendas parlamentares destinadas pelo deputado distrital Rodrigo Delmasso para iniciarmos a execução. Depois das obras, vamos buscar parcerias privadas para as partes revitalizadas, porque o governo não terá condições de fazer a manutenção como deve ser. Essas parcerias serão semelhantes ao que temos no Parque do Cidade, com quiosques de lanches, restaurantes e, no caso do Parque do Guará, também com o ParkShopping. O Parque do Guará será o mais moderno do DF.
O que o projeto prevê?
-Além dos equipamentos para o conforto dos frequentadores, o cercamento que será iniciado nos próximos dias da nova poligonal, teremos uma passarela sobre a via Guará-Zoológico e uma ponte de acesso sobre o córrego Guará para o ParkShopping, com o cuidado de manter a preservação da flora nativa. Essas intervenções já foram autorizadas pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram).
Existe um projeto antigo, elaborado pelo Novacap, de duplicação da via Guará -Núcleo Bandeirante, mas que não consegue sair do papel, apesar das promessas dos últimos governos. Em que estágio ele está nessa nova gestão?
– Está parado, mas, diante desse seu questionamento, vou pedir para desarquivá-lo. Foi muito bem lembrado, porque também uso essa via em horários de pico e sei do gargalo que é lá. Confesso que não conheço ainda o projeto elaborado nos governos anteriores, mas prometo que vamos analisá-lo com muito carinho a partir de agora. Vou pedir a atualização do orçamento para buscar os recursos para implantá-lo.
Os últimos governo encheram a cidade de pecs (pontos de encontro comunitário) e campos de grama sintética, mas não deram a manutenção devida e a maioria deles está em situação precária. O que a Novacap pretende fazer?
– Reconhecemos que todos esses espaços esportivos estão em péssimo estado de conservação, mas temos uma limitação legal para fazer a recuperação deles. Existia um processo de 2016 para a contratação de empresas de manutenção, mas que que foi judicializado por concorrentes. Mas, já pedi o cancelamento do processo para abrir outro, mais amplo e que atenda à nova realidade, respeitando as características de cada região. Enquanto isso, criamos o programa Adote uma Praça, para buscar parcerias na iniciativa privada para a conservação desses espaços e das praças públicas.
No caso do programa Adote uma Praça, dificilmente ele terá resultado no Guará, porque a maioria das praças tem no mínimo dois quiosques. Qual o interesse do empresário em investir numa praça que somente os quiosqueiros e seus clientes vai usufruir?
– Essa é uma situação que precisamos estudar com mais cuidado. Infelizmente essa é uma realidade difícil de encontrar uma solução agora, porque a maioria desses quiosques do Guará está há mais de 20 anos nas praças. Mas vamos continuar buscando as soluções.