Pamonheiros estelionatários

Vendedores de pamonha que atuavam no Guará desde o início do ano clonavam cartão de crédito de compradores e faziam compra com eles

Aparentemente, eram quatro inocentes vendedores de pamonha que percorriam as ruas do Guará vendendo o produto. Não levantavam qualquer suspeita, como é o caso da maioria dos vendedores ambulantes que busca o sustento em época de crise econômica e de desemprego. Mas, a pamonha era apenas um pretexto. Os quatro se aproveitavam da boa fé dos compradores e clonavam o cartão de crédito deles, e, com a senha copiada, faziam compras.
Os quatro foram identificados no início da semana pela polícia, na operação “Pa’muña” (que significa pamonha na língua Tupi), interrogados e indiciados pela 4ª Delegacia de Polícia do Guará, mas a Justiça não concedeu ainda a prisão deles. A quadrilha era liderada por Alef da Silva Moreira, 27 anos, que foi identificado e teve seus dados divulgados porque era o vendedor direto do produto. Como participavam da venda direta, os outros três ainda não podem ter seus dados publicados, por causa da Lei de Abuso de Autoridade. Os três eram os responsáveis pela manipulação do cartão de crédito dos compradores. Os nomes deles aparecem nos recibos das maquininhas de débito/crédito como “Mikaele” (mulher de Alef), “Lucas” e “Flávio”.


Inocentes vendedores ambulantes
Alef circulava pelas ruas do Guará oferecendo o produto e, se o comprador optasse pelo uso do cartão, ele e os comparsas visualizavam a senha e depois simulavam problemas técnicos nas máquinas. “Após isso, aproveitando-se do descuido do consumidor, Flávio pegava a máquina sob o pretexto de consertá-la e, com o cartão da vítima inserido, utilizava a senha e realizava compras”, explica o delegado João Ataliba Neto. Após debitarem a quantia indevida da conta do cliente, os autores efetuavam a compra correta, entregando o comprovante ao comprador, que só iria perceber a fraude quando consultava o extrato bancário do cartão. Até agora, a 4ª DP recebeu oito denúncias contra a quadrilha de pamonheiros. Os autores foram interrogados e responderão em liberdade. Caso condenados, podem pegar de 1 a 3 anos pelo delito de associação criminosa e de 2 a 8 anos por cada “crime de furto mediante fraude perpetrado”.
A polícia pede que outras possíveis vítimas procurem a 4ª DP para fazer ocorrência.