“Quando começamos a idealização deste livro, foi pensando em escrever poesias sublimes e reais, mirando o coração das pessoas”, resume Didi. Acalanto é um livro de calmarias, mas com as verdades quase sempre expostas, principalmente nas entrelinhas, onde o autor destila a maioria da filosofia, intrínseca, que pretende emanar, chamando, dessa forma, os leitores para reflexões diversas conforme o estado de espírito de cada um.
O poeta
Dotado de um processo criativo bem particular e de um estilo inconfundível, o poeta Adilson Cordeiro Didi se identificou com duas vertentes. Seleciona, prioritariamente o léxico, que dará corpo e sentido ao poema, com afinidade sinonímica e sônica, e constrói o texto, pouco se valendo de uma engenharia frasal verbal e sintática, como tradicionalmente ocorre.
É um texto quase nominal, utiliza substantivos e adjetivos com carga sonora adequada e rimas para proporcionar um ritmo agradável ao leitor e aos ouvintes. Uma outra forma criativa do poeta são as paródias – que, vez por outra, divulga através das redes sociais — e é nelas que transita com a mesma desenvoltura que no primeiro caso, porém aqui ele imprime outra marca pessoal, a ludicidade, que lhe é a maior característica estilística.
Quanto aos temas praticados, Didi tem preferência aos fatos, circunstâncias e episódios marcantes, sempre abordando com leveza que lhe é peculiar. Os temas mais fortes, voltados às dores e reflexões da vida, o poeta os aborda por exceção; quer mais é festa e diversão, donde faz observações e escritas.