Partido Novo descarta Júlia Lucy

Deputada distrital que foi criada no Guará está proibida de disputar eleições pelo Novo, sob a alegação de ter desrespeitado normas do partido. Ela nega e rebate

Ex-moradora do Guará, onde foi criada e morou até 2020, a deputada distrital Júlia Lucy não vai mais concorrer nas eleições deste ano pelo Novo, por decisão do próprio partido. A decisão foi tomada por uma comissão formada por representantes do Diretório Nacional e do Diretório Distrital. O Novo alega que Júlia descumpriu algumas normas do partido, como o uso de mais da metade dos cargos do seu gabinete, ausência de prestação de contas do mandato e de emendas parlamentares.
Em nota, o partido informou que ela teria um “total abusivo de assessores parlamentares”, mesmo após advertência da Comissão de Ética Partidária do Novo, em 2019. “Durante os meses subsequentes utilizou de subterfúgios jurídicos para se enquadrar dentro do Termo de Compromisso, brecha essa que foi corrigida nos termos subsequentes. Apesar de juridicamente embasadas, essas contratações estão muito acima de qualquer outro mandatário do Novo e na contramão dos princípios de economicidade e eficiência, tão caros à instituição”, diz o texto.

Deputada reclama da falta de diálogo e de perseguição

A deputada distrital, eleita em 2018 com 7.665 votos, dos quais 790 no Guará, contesta e reclama da falta de diálogo com a direção do partido. Em relação à alegação de ‘atos de desrespeito à instituição, com constantes episódios de insubordinação ao partido’ ela garante que sempre nutriu respeito com os dirigentes do Novo, “fortalecendo a marca, por meio da busca de novos filiados, de novos candidatos, defendendo sempre a instituição quando atacada. Em momento algum, contestei publicamente qualquer decisão partidária. Sempre apresentei meu ponto de vista como filiada e mandatária dentro dos espaços internos e nunca gerei qualquer tipo de constrangimento no grupo”, diz ela. “O único ato do partido que não contou com o meu apoio expresso foi o do pedido de abertura do processo de impeachment do presidente da República”.
Sobre a suposta ‘total ausência de prestação de contas do mandato’, Júlia Lucy afirma que “as informações solicitadas foram prestadas e qualquer complemento poderia ter sido requerido formalmente, o que nunca ocorreu”. Sobre a acusação de não dispor de dados relativos ao encaminhamento de emendas parlamentares, ela afirma que não há qualquer documento interno que tenha exigido isso. “Entretanto, a prestação de contas sobre as emendas consta no meu site www.julialucy.com.br, nas demais redes sociais e no portal da transparência”, completa.
A deputada contesta também a alegação de excesso na estrutura do seu gabinete na Câmara Legislativa. “Mantive no máximo a metade dos cargos a que tenho direito. Portanto, toda a estrutura do gabinete está em conformidade com as normas do partido”. Ele garante ainda que tem o gabinete mais econômico da casa, e por isso conseguiu poupar mais de R$ 7 milhões aos cofres públicos.
Júlia afirma que ainda não escolheu o novo partido, que será definido ainda em março entre os vários convites que já recebeu.