Condenado por crime na Feira pega 12 anos

Os dois eram amigos e brigaram por causa do suposto sumiço de um celular. A vítima recebeu chutes quando estava caído e sofreu parada cardiorrespiratória fatal

Um dos crimes de maior repercussão na comunidade guaraense nos últimos anos teve seu desfecho na semana passada. O Tribunal do Júri do Guará julgou e condenou Bruno Sales de Melo Filho, 30 anos, a 12 anos de prisão fechada, pela morte de Ricardo Menezes Silva, 40 anos, em novembro do ano passado, na Feira do Guará, após uma briga pelo suposto sumiço de um aparelho celular. Os dois eram amigos e teriam passado a noite juntos em baladas e bebendo, mas se desentenderam depois que Bruno sentiu falta de seu aparelho celular e acusado Bruno de tê-lo furtado. Ofendido com a acusação, Ricardo desferiu um soco em Bruno, que revidou com um golpe e vários chutes, derrubando o amigo no chão. Na queda, Ricardo sofreu uma parada cardiorespiratória e morreu no local.

A briga aconteceu às 11h30 do dia 6 de novembro. Os dois amigos bebiam num quiosque ao lado da Feira do Guará e começaram a discutir e trocar socos por causa da acusação de furto. Ao perceber a gravidade das agressões, o próprio Bruno tentou reanimar o amigo, sem sucesso. Os bombeiros também tentaram socorrer Ricardo por cerca de 40 minutos, mas ele não resistiu a uma parada cardiorrespiratória.
O caso provocou comoção nas redes sociais do Guará, porque Ricardinho, como era chamado, era muito conhecido na cidade. Chefe de cozinha, ele era bastante ativo nos movimentos jovens e era lembrado pela facilidade de fazer amigos, um deles, seu agressor. Filho de uma pastora evangélica, Ricardo estava separado e deixou dois filhos menores.

Quem é Bruno, que gostava de lutas e armas


Bruno Sales de Melo e Silva, 30 anos, se apresentava como instrutor físico e gostava ostentar fotos com armas nas redes sociais, além de registrar três passagens pela polícia, duas como acusado e uma como vítima. Ele já havia trabalhado também como vigilante numa empresa de transporte de valores.
Em seu depoimento à polícia, Bruno garantiu que não chegou a acusar ninguém do furto do seu aparelho celular, mas Ricardo teria se sentido ofendido pela insinuação e começou a discutir com o agressor até desferir um soco em seu queijo, quando teria havia o revide. À polícia, ele afirmou que teve a intenção de apenas se defender das agressões que teriam iniciadas por Ricardo.
Ao ver o amigo inerte no chão, Bruno disse que ficou desesperado e foi procurar ajuda de uma brigadista que trabalha na feira, que, por sua vez, acionou o Samu quando percebeu que não conseguiria reanimar Ricardo. Após 40 minutos de tentativa de reanimação, a equipe de socorro confirmou a morte.