Com apenas cinco meses de gestão, o administrador regional Artur Nogueira pelo menos conseguiu ser conhecido pela comunidade, o que não vinha acontecendo há muito tempo com os administradores regionais, principalmente nas últimas gestões. Acessível, interessado, ele está sempre disposto a atender os moradores, vai onde é convidado, passa a maior parte do tempo percorrendo a cidade e vendo as demandas in locu. Mas, mesmo com essa disposição, ele ainda não conseguiu resolver os problemas mais prementes do Guará, como a limpeza e a recuperação do asfalto, praças e calçadas, recolhimento de entulho e lixo, as principais demandas dos moradores. Nesta entrevista, Artur Nogueira conta como está enfrentando esses problemas, o que já conseguiu fazer e o que a comunidade pode esperar ainda para os próximos meses.
Que balanço você faz desses primeiros cinco meses de gestão, o que conseguiu e o que pretende fazer? Quais as principais dificuldades encontradas?
A nossa principal preocupação nesse início de gestão tem sido com a manutenção da cidade, que estava com as áreas públicas muito degradadas. Estamos investindo na limpeza do mato, no recolhimento de lixo e entulho em áreas públicas, na recuperação de calçadas e praças… Estamos colocando a casa em ordem ainda, mas, por outro lado, conseguimos destravar grandes obras que estavam previstas para a cidade.
A principal demanda da população realmente é a manutenção da cidade limpa e áreas públicas melhor conservadas. O que está sendo feito?
O maior problema ainda é a quantidade de buracos nas vias públicas. Já gastamos cerca de 700 toneladas de asfalto, estamos fazendo a roçagem de 15 em 15 dias, estamos começando a reforma das calçadas e construindo outras e cuidando da limpeza. Para se ter uma ideia da situação, retiramos mais de uma tonelada de lixo e entulho na QE 38 em apenas uma semana.
A Administração do Guará, como todas as administrações regionais, tem estrutura pequena para o que exige a demanda da cidade. Como você está conseguindo fazer essa manutenção?
Pedindo ajuda aos outros órgãos públicos, como Novacap, GDF Presente, Ceb, Caesb, SLU… Recorrendo aos amigos que tenho nesses órgãos e pedindo socorro. E tenho conseguido. Estamos conseguindo trocar as lâmpadas de mercúrio por LED nas QEs 38 a 46, na QE 40/Polo de Moda, Setor de Oficinas.
Com que recursos?
Principalmente de emendas parlamentes da deputada distrital Dayse Amarílio e do deputado federal Gilvan Másximo e recursos da própria Ceb.
E o miolo do Guará também?
Vamos trocar tudo.
Em quanto tempo?
Já começaram a chegar os recursos e começamos a licitar a troca. À medida que forem chegando mais recursos, vamos trocando até completar tudo.
O que você gostaria de já ter concluído?
De ter tapado todos os buracos. Prometemos resolver em 30, 60, 90 dias e não conseguimos, mas até julho vamos concluir tudo, até por causa da estiagem. O problema é que em alguns locais não dá mais só para recuperar o asfalto, tem que construir outro, principalmente na QE 40/Polo de Moda e nas QEs 38 à 44.
Você citou a operação limpeza na QE 38 e há dois meses vocês fizeram outra no Polo de Moda. Como resolver isso definitivamente?
Se não houver conscientização da comunidade, não vamos resolver nunca. Vamos ficar enxugando gelo. É um problema cultural, infelizmente. Uma semana depois das operações na QE 38 e no Polo de Moda, estava quase tudo como antes.
Então, como pretende atacar o problema?
Ir procurando conscientizar a comunidade. Tenho ido em escolas conversar com as crianças, para conscientizarem os pais sobre o descarte correto do lixo na hora certa e outras iniciativas que mexam com a cidadania do morador.
As carroças tem sido apontadas como principais responsáveis pelo acúmulo de lixo e entulho em áreas públicas, sendo que a circulação delas já está proibida no DF por lei. O que está sendo feito para tirá-las de circulação?
O governo tá cuidando disso, porque o processo exige uma adaptação dos carroceiros ao mercado de trabalho sem o uso da tração animal. Enquanto isso, estamos preparando um curso para ensiná-los a descartar o lixo e entulho nos lugares corretos, como estamos promovendo agora para os síndicos.
O GDF anunciou um corte de R$ 1 bilhão no orçamento deste ano. Há risco de afetar as obras previstas e em andamento no Guará?
Acredito que não, porque a maioria delas está em andamento ou licitada, ou com recursos já separados.
O assunto do momento é a concessão do Cave, que está sendo retomada pelo governo, mas sofre resistência do movimento cultural. Como deve ser resolvido?
Não vejo motivos para essa resistência, porque não vai se mexer na Casa da Cultura, o Teatro de Arena vai continuar e provavelmente muito melhor e o Centro de Convivência do Idoso será transferido para ao lado da Casa da Cultura, sem prejuízos para os idosos. O que não dá é o Cave continuar como está, sem condições de uso.