domingo, dezembro 22, 2024
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Umas e outras | José Gurgel

O GUARÁ NÃO É PAGÃO

Não precisamos de padrinhos. O Guará completou 50 anos e não está pagão, pois já recebeu o batismo de quem mora e ama esse pedaço de terra, que volta e meia cai na mão de aventureiros que só chegam com o propósito de criar o seu feudo, ajudado por puxas sacos que de alguma forma se aproveitam disso, tornando a vida da população um inferno aqui na terra. Chega de enganadores, não foram poucos que por aqui passaram deixando um rastro de irregularidades e desorganização na cidade. Misturam religião e administração deixando em segundo plano o que falta na cidade, sem atentar para o clamor da população, que é a nossa tão cara qualidade de vida, que essa turma teima em jogar no ralo. O Guará precisa acordar antes que seja muito tarde para tomar providências enérgicas e expulsar de vez esses aproveitadores de plantão, que usam e abusam dessa Administração pra se dar bem de alguma forma, mesmo que para isso transformem a nossa cara cidade em um simples povoado interiorano onde tudo fazem de errado e nada acontece de certo. Senhor Governador, está na hora de pôr ordem na bagaça, pois o seu governo só patina e até agora nada fez...

POLITICALHA INDECENTE

Sem entender nada do que tinha acontecido lá pras bandas da Administração, o Caixa Preta me procurou, falando sobre a exoneração da atual administradora, pois o motivo alegado para tal, qualquer cidadão daqui em sã consciência não acreditaria. Dizem que o motivo foi o enquadramento de apadrinhados, muitos deles incapacitados para o batente, mas com grande capacidade para puxar saco. Desses, muitos não aparecem nem pra assinar o ponto diário,é um atestado médico atrás do outro, aparecendo no final do mês apenas para preencher a folha e receber o salário, uma falta de vergonha, um verdadeiro escárnio com o contribuinte que paga o salário desses gaiatos. Mas pobre da Vânia que foi logo mexer com os protegidos do padrinho (que foi já ex-padrinho e voltou a ser padrinho) que talvez tenha se sentido ameaçado, justamente por quem não ameaçava nem a ele e nem ao seu feudo. Se o Guará quiser crescer e ser uma cidade boa pra se viver tem que acabar de vez com esses apadrinhamentos, que trazem mais prejuízos que benefícios, pelo menos é assim que a população tem sentido durante esses últimos tempos. Basta ver o que o padrinho aprontou, fez tudo pra esvaziar as festividades de aniversário do...

TRAUMAS

O Caixa Preta e eu estávamos sentados lá no Porcão curtindo a paisagem, um esgoto a céu aberto, aquele lixo espalhado, algumas capivaras que depois fiquei sabendo se tratarem de ratazanas que habitam o local, dizem até que elas já botaram muito cachorro valente pra correr. Resolvemos então conversar sobre a saúde, falei que não estava me sentindo bem e que precisava urgentemente fazer uma visita ao médico. Foi o suficiente pro velho Caixa falar da visita que fez ao urologista. Diz ele que estava meio afobado, era a primeira vez que o cabra ia fazer o famoso exame da dedada, assim vulgarmente apelidado pela galera da nossa faixa etária, tudo é motivo pra gozação. Quando chegou no consultório, ao cumprimentar o médico, levou um susto danado pois a mão do cabra era grande demais, mandou logo ele tirar a roupa, colocar em cima da dele e ficar na posição de receptáculo. Sempre olhando pra ele, foi colocando as luvas bem devagar e depois fez questão de dar um estalo na luva. O franzidinho trancou de uma forma que só depois de muito carinho e uma boa conversa resolveu relaxar. Foi tudo muito rápido, parecia até ter sentido algo na garganta, mas era só...

EVENTOS

Gosto muito de comparecer a eventos que acontecem no Guará, principalmente em datas comemorativas onde sempre nos defrontamos com alguns dos grandes mistérios dessa cidade tão adorada por nós, por políticos amorosos, candidatos tentando deslanchar, ex-desafetos querendo aproveitar a oportunidade para ficar bem na fita e mais uma fauna de puxas sacos que sempre aproveitam para sair da toca, dando as caras nesses eventos. O Caixa Preta é quem mais se diverte em ver os esforços dessa turma sempre atrás de uma boquinha que lhe garanta um lugar na sombra da goiabeira, aparecem lideranças de araque e pioneiros, dentre esses, alguns recém–nascidos, o que convenhamos não dá pra aguentar pois todos sabemos que a nossa querida cidade, o Guará, tem 50 anos. Esse ano não foi diferente. Quem passasse na frente do local onde acontecia o evento, e colocasse o nome na lista de presença, recebia uma menção honrosa, além de poder lanchar com salgadinhos e sucos doados por algum comerciante. Segundo o velho Caixa esse ano só faltou o Dentinho, conhecido personagem aqui do Guará, que hoje passa por um programa de recuperação exitoso. Mas o que diverte mesmo são as mentiras deslavadas durante os discursos, todos estão empenhados na captura de...

TSE – FAKE NEWS E ELEIÇÕES

TSE - FAKE NEWS E ELEIÇÕES Na manhã desta sexta-feira (17), especialistas em Direito e em Comunicação apresentaram suas opiniões sobre a disseminação de notícias falsas e apontaram soluções que podem ser adotadas para amenizar seus efeitos. O debate sobre o tema prossegue até o início da noite com a programação do Seminário Internacional Fake News e Eleições, promovido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o apoio da União Europeia. Na abertura desse segundo dia do encontro, o ex-ministro da Defesa e da Segurança Pública Raul Jungmann parabenizou o TSE por promover essa importante discussão sobre o tema, uma vez que as chamadas fake news se apresentam como um problema central para a democracia em todo o mundo, não apenas no Brasil. Jungmann foi o mediador desse primeiro painel e lembrou que a própria Justiça Eleitoral sofreu os efeitos das notícias falsas durante a campanha das Eleições 2018. Fonte:TSE

O TESOURO

Mais uma vez lá estávamos nós sentados na nossa mesa cativa no Porcão, enquanto bebíamos a nossa cerveja pedi ao Caixa Preta que me contasse algo que lembrasse o dia das mães que é sempre comemorado no segundo domingo de Maio. Muito sério sempre espantando as moscas que teimavam em querer dar saltos ornamentais no copo dele, soltou um longo e profundo suspiro, me olhou com um olhar sinistro de arrepiar e soltou a pérola. O Caixa começou então a contar a saga da atribulada gravidez da Dona Caixa, mãe do velho Caixa, que ainda tricotava os sapatinhos para o tão esperado baby, sentada numa rede armada na varanda da casa onde moravam. De repente sentiu as primeiras contrações, chamou rapidamente uma amiga na vizinhança para levá-la até o hospital, pois não queria que o rebento nascesse em casa na rede da varanda. Seu Caixa chegou correndo esbaforido no hospital pois estava louco para ver o pimpolho tão esperado, afinal não é todo dia que se é pai pela primeira vez. Já tinha tomado umas duas, mas estava firme apesar de falar enrolando a língua, notou algo estranho no ar, ficou sem entender por que médicos e enfermeiras o olhavam daquela forma. Foi logo encaminhado...

MY SWEET LADY JANE

Estava sentado lá no “Porcão” curtindo uma cerveja bem gelada, de lá eu via o pessoal passeando no Calçadão da Vergonha que a um ano está “quase pronto”,quase concordando com o “quase” mas pronto para ser detonado pelas chuvas, como muitas coisas por aqui costumam acontecer. Tudo isso se deve a incompetência de alguns deslumbrados que passaram por essa Administração, gerando décadas de atrasos, gambiarras e invasões de áreas públicas. Temos que levantar as mãos pro céu agora que chegou aos cinquenta anos, agradecendo ainda podermos contar com com que restou do nosso Guará. Muita gente bonita fazendo do calçadão a sua passarela. Segundo o velho Caixa muita gente que não precisa e muita que não tem jeito, pode passar o resto da vida andando por ali que não tem melhora. Isso sem contar com os nossos “usadões” que tentam ganhar mais um tempo de vida, mas até agora o que ganharam foi joelhos arranhados pelas quedas e atropelamentos por parte de alguns ciclistas mal educados. Como do nada me aparece Caixa Preta tentando cantar uma antiga música dos Stones, o cabra querendo me sacanear, cantava uma das mais lindas, Lady Jane, com aquela mistura de línguas(nordestinês com inglês) faria os súditos...

MOLEQUE ESPERTO

O meu amigo Gabriel é um moleque esperto e estudioso, tem apenas sete anos, mas é dono de uma vivacidade incrível. Ele é neto de meu irmão, avô que ele ama e respeita, mas de vez em quando ele aparece com um caso onde ele coloca o avô com personagem central. Meu irmão e a esposa criavam uma gata já bem idosa, parecia que já tinha gasto as sete vidas que dizem ter um gato, vivia dormindo, o nome dela era Molly, como já tinha completado o tempo por aqui, a velha gata empacotou. Quando soube da morte da gata chorou um pouco, ficou triste, mas soltou essa que apesar de triste, ficou bem engraçada. - Vô, a Molly morreu mas um dia eu vou me encontrar com ela, e completou com toda inocência do mundo: - Mas o senhor vai encontrar com ela primeiro! Dei umas boas risadas com meu irmão, mas pode-se notar que o moleque é muito esperto, um exemplo disso foi um trabalho que recentemente ele teve que apresentar na escola onde estuda. Outro dia antes de sair pra escola pediu uma foto ao avô para uma tarefa escolar, de preferência de quando ele era ainda um bebê. O avô rapidamente...

JAQUEIRA SONORA

Domingão ensolarado, dia de rua do lazer animada, mas a grande surpresa que me aguardava estava ao lado do Ed.Consei, ali na Jaqueira Sonora, como assim batizou o velho menestrel, cheio de loucas e luminosas ideias, aproveitando inclusive pra lançar disco e livro com o pomposo nome de Palíndromos. Muita gente em volta do improvisado palco ouvindo os artistas da cidade e convidados, uma curtição em alto estilo. O evento está se tornando uma marca da nossa cidade, o já famoso, Guará Com Cerva que aos poucos vai caindo no gosto da população, que sempre prestigia os eventos lançados por agitadores culturais independentes aqui do Guará. Muita cerveja artesanal, food trucks, mesas espalhadas próximas a velha jaqueira que servia como palco do grande encontro sonoro do dia. O som rolava, cada vez mais animado, ia de Beatles a Bossa Nova, passando por músicas autorais, num clima onde o que prevaleceu foi a boa música e as reminiscências de velhos amigos e companheiros. Cheguei por lá e fui ficando, confesso que gostei, sai de lá cantarolando e aproveitando para parodiar o velho menestrel: “Um telefone é muito pouco Pra quem ama como louco E mora no plano piloto” Pois a grande verdade, o que é...

NÓS QUE AMAMOS OS BEATLES E OS ROLLING STONES

Frases soltas no ar, as vezes um pouco desconexas, mas sempre falam do lado lúdico da vida, como se não houvesse amanhã. Assim encontro o Mário Pazcheco, um agitador cultural que não considero agitador, mas sim um agitado cultural, sempre falando frases de efeito com um quê de nostalgia de momentos de sua vida ligada ao velho e bom rock and roll. Sempre recordando os anos de chumbo, mas sem colocar tal cor em suas memórias recheadas de Beatles e Rolling Stones, falando sem parar, gesticulando muito como se a música estivesse sempre presente e o fizesse dançar ao som do imaginário. Um escritor underground, com dois livros lançados, sempre cercado de música e do verde que cerca sua morada, onde acorda ao som dos pássaros e pequenos animais que por ali habitam e de vez em quando aparecem para aproveitar das árvores frondosas e frutíferas, além do verde que circundam o palco montado para as jan sessions com amigos e agregados, regadas a muita cerveja, bom papo e música. Agora com uma coluna quinzenal no Jornal do Guará, vai ocupando o seu espaço na vida cultural aqui da nossa cidade, esse beatlemaníaco inveterado tem tudo do quarteto de Liverpool, que guarda com...

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